5% Arquitetura + Arte
A magazine 5% Arquitetura + Arte, 1808-1142, foi fundada em 2005 por iniciativa da arquiteta, escritora e desenhista Dra. Edite Galote Carranza e do pintor, poeta, escritor e arquiteto MA. Ricardo Carranza.
Desde então, a 5% Arquitetura+Arte atua de forma independente à divulgação de artigos e manifestações artísticas.
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Espírito Versus Letra: Dilemas da Tradução Poética
OLEG ALMEIDA
Resumo
Trata-se, neste artigo, da tradução poética cujos diferentes tipos são vistos sob o seu aspecto técnico. Analisando as versões portuguesas de três poemas franceses (Perfume exótico de Charles Baudelaire, A ponte Mirabeau de Guillaume Apollinaire e Canção de outono de Paul Verlaine), o autor busca esboçar alguns critérios gerais que permitam distinguir uma “releitura criativa” do texto original de uma tradução justalinear, não obrigatoriamente perfeita, e de uma tradução chamada de “fidedigna” que valorize, antes de tudo, o espírito do poema traduzido, seu lado imaterial, mesmo que seu conteúdo venha a sofrer pequenas modificações justificáveis.
Análise sensorial do lugar na perspectiva de Juhani Pallasmaa: um estudo de caso na Praia do Pontal, Florianópolis (SC)
PAULA GABBI POLLI
MATHEUS JOSÉ RIGON
LEONARDO DE OLIVEIRA BRITO
MARISTELA MORAES DE ALMEIDA
Resumo:
Ao considerar a prática projetual arquitetônica na contemporaneidade, evidencia-se a necessidade de repensar as estratégias envolvidas no processo de análise e projeto do espaço habitado, tendo em vista a recorrente priorização da dimensão visual e de atributos de caráter funcionalista, em detrimento de outros aspectos que conformam a totalidade da experiência do lugar. Nesse cenário, o objetivo deste artigo é investigar estratégias de análise sensorial do lugar a partir da perspectiva do arquiteto Juhani Pallasmaa, importante teórico sobre a fenomenologia da arquitetura. Trata-se de uma abordagem realizada na disciplina “Projeto: investigações teórico-práticas”, no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina.
Duas faces da modernidade arquitetônica brasileira. Analogias e diferenças entre o Edifício Conde Matarazzo em São Paulo e o Ministério da Educação e Saúde Pública no Rio de Janeiro
ALESSANDRA BEDOLINI
Resumo:
O presente artigo apresenta duas obras arquitetônicas coevas e representativas de duas diferentes acepções de Modernidade: o Edifício Conde Matarazzo em São Paulo (1935-1939) e o Ministério da Educação e Saúde Pública no Rio de Janeiro (1935-1943). O primeiro, considerado um interessante exemplo de arquitetura fascista fora da Itália, foi financiado por um abastado empreendedor de origem italiana como sede administrativa de suas empresas (as Indústrias Reunidas Matarazzo) e realizado de acordo com as diretrizes projetuais do italiano Marcello Piacentini contando com a presença, no canteiro de obras, de seu colaborador Vittorio Ballio Morpurgo. O segundo, construído por ordem do então Ministro da Educação e Saúde Gustavo Capanema, apresenta traços característicos da lectio corbusiana do período purista, posição assumida pela equipe de arquitetos brasileiros encarregados pela execução do projeto e efetivada pela presença de Le Corbusier no papel de consultor.
Espaço, corpo e cidade: o papel central da experiência no MuBE
DANRLEI SILVA FELIX DE ANDRADE
FERNANDO DINIZ MOREIRA
Resumo:
Nas últimas décadas, os museus deixaram de ser simples espaços de colecionismo de obras de arte e tornam-se locais de celebração da própria cidade onde estão locados, por vezes fazendo parte de estratégias de revitalização urbana. Frequentemente encomendados a renomados escritórios de arquitetura, os edifícios que abrigam estes grandes museus têm sido vistos como obras de arte, com forte carácter imagético, e se mostrado cada vez mais dissociados do lugar onde se inserem. Ao contrário desta tendência, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha destacou-se na produção de museus inseridos em contextos urbanos consolidados, levando em consideração as particularidades do lugar.
Criatividade nos edifícios de escritórios de Carlos Bratke
WILSON FLORIO
HARON GABRIEL
Resumo:
Carlos Bratke pertence a uma geração de arquitetos formados na década de 1960 que buscou alternativas à arquitetura moderna em São Paulo. Após um rigoroso levantamento bibliográfico, iconográfico e de entrevistas, constatou-se uma lacuna no estudo de sua obra. A partir da coleta de informações sobre 50 edifícios concebidos pelo arquiteto, foi possível identificar 8 edifícios com características similares, concebidos entre 1975 e 1985, na região da Berrini, cuja unidade de linguagem se destaca dentro do conjunto da obra. Diante destes fatos, surgiram as seguintes perguntas. Quais restrições impostas pelo pensamento moderno o arquiteto abandonou para instaurar sua própria identidade como arquiteto? Como identificar a criatividade na obra de Carlos Bratke?
Trajetória Walter Ono
LEDA MARIA LAMANNA FERRAZ ROSA VAN BODEGRAVEN
EDITE GALOTE CARRANZA
Resumo
O arquiteto, artista e professor Walter Ono (1946- ) é graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 1970. Ele pertence a geração de arquitetos paulistas que investigou novos caminhos para sua produção a partir do questionamentos do status quo arquitetônico (CARRANZA, 2013). Como artista, Walter Ono participou da 9ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1968. Atuou por cerca de 25 anos como desenhista/ilustrador em publicações das revistas Recreio, da Editora Abril e Bloquinho, da editora Bloch, bem como ilustrações e projetos gráficos de mais de cinquenta livros infantis.
Schigueru Ono, seu pai, foi o primeiro japonês formado em engenharia pela Politécnica da USP, geração de profissionais e contemporâneos como: os engenheiros-arquitetos Vilanova Artigas, Zenon Lotufo, Mário Schemberg, Ícaro de Castro Mello, entre outros.
Walter Ono (W.O.) responde às perguntas formuladas pelas entrevistadoras Leda Maria Lamanna Ferraz Rosa van Bodegraven (L.B.) e Edite Galote Carranza (E.C.), por email e videoconferência, no ano de 2020, em função da Pandemia do Novo Corona Vírus.
Theory of the Single Gesture
RICARDO CARRANZA
JOHN MILTON (English version)
You never step into the same river twice.
Heráclito
The irreducible maxim of one of the greatest philosophers since Classical Greece, and the only one who remained irreducible under Nietzsche's fierce scrutiny, can be credited with translating the essence of nature, in its broadest sense, as permanent movement. We may dare to bring the brilliant observation of Heraclitus of Ephesus closer to our theory of the single gesture, which is nothing more, within the scope of the microscale of the subject, than continuous, rapid and flawless movement. The work was inspired by the technique of Chinese calligraphy, but we separate the plastic expression of the ideogram from its linguistic function. To some this may sound rather heretical; for us it is no more than freedom of creation.
As colunas coríntias do Paço Municipal de Santos
CLÁUDIO WALTER GOMEZ DUARTE
Resumo
Este artigo tem por objetivo abordar alguns elementos e especificidades da arquitetura clássica na cidade de Santos (São Paulo). Trata-se de um estudo de caso no qual analisamos as proporções das colunas coríntias do Paço Municipal. Inicialmente, apresentamos um breve roteiro cronológico com as principais edificações ecléticas da cidade; depois, sintetizamos alguns dados relevantes sobre o nosso objeto de estudo em relação a seus aspectos históricos e técnicos. Apresentamos também uma breve introdução histórica para a ordem arquitetônica coríntia. A seguir, chegamos ao objetivo principal de nossa pesquisa, comparando as proporções das colunas coríntias do Paço Municipal com três parâmetros da mesma ordem: as colunas prescritas por Vitrúvio (4,1,11-12)1 em seu tratado De Arquitetura e as colunas de duas amostras de construções gregas e romanas. Expusemos os dados em planilhas e gráficos, seguidos de nossa interpretação. As conclusões mostram, como esperado, que as colunas da edificação santista guardam pouca relação proporcional com as recomendações do arquiteto romano; contudo, foram encontrados paralelos muito interessantes com o legado construtivo greco-romano.
A Teoria do Gesto Único
RICARDO CARRANZA
Não se entra no mesmo rio duas vezes.
Heráclito
A máxima irredutível de um dos maiores filósofos desde a Grécia Clássica, e o único que se manteve irredutível sob o feroz escrutínio de Nietzsche, possui o mérito de traduzir a essência da natureza, no seu sentido mais amplo, como movimento permanente. Ousamos aproximar a brilhante constatação de Heráclito de Éfeso à nossa teoria do gesto único, este que nada mais é, no âmbito da microescala do sujeito, que movimento contínuo, rápido e irretocável. A obra foi inspirada na técnica da caligrafia chinesa, entretanto separamos a expressão plástica do ideograma de sua função linguística. Para alguns isto pode soar um tanto herético; para nós é apenas liberdade de criação.